Há momentos em que o mundo parece pesado demais para ser carregado em silêncio. Nessas horas, a escrita pode surgir como um espaço de abrigo — íntimo, livre, incondicional.
Não é preciso ser escritor profissional, nem dominar técnicas de narrativa. Basta ter algo pulsando por dentro e o impulso de dar forma a isso por meio das palavras.
Muitos psicólogos já reconhecem os benefícios terapêuticos da escrita expressiva. Escrever sobre um trauma, uma perda ou um dilema ajuda a reorganizar as emoções. É como se o papel suportasse o que a mente não consegue mais conter.
E, ao mesmo tempo, esse exercício nos obriga a escolher palavras — o que, por si só, nos obriga a pensar, a compreender, a dar contorno ao que antes era apenas confusão.
O ato de escrever com frequência — ainda que seja apenas um parágrafo por dia — pode nos revelar padrões, ciclos, zonas de sombra e de luz.
Com o tempo, descobrimos que ao escrever não apenas nos contamos uma história: reescrevemos quem somos.